Artigo
Seguros

A importância de ter o seguro atualizado

Sumário: Num cenário económico e social em constante evolução, a relevância de um seguro atualizado torna-se ainda mais preponderante, não apenas como garantia de proteção financeira, mas como um pilar essencial na salvaguarda do bem-estar individual e coletivo


Num cenário económico e social em constante evolução, a relevância de um seguro atualizado torna-se ainda mais preponderante, não apenas como garantia de proteção financeira, mas como um pilar essencial na salvaguarda do bem-estar individual e coletivo. Esta necessidade transversal abrange desde seguros pessoais, como o de vida ou saúde, até seguros mais específicos, como os de multirriscos e acidentes de trabalho, exigindo uma atenção contínua às mudanças que possam afetar a adequação da cobertura às necessidades reais dos segurados.

O fenómeno do infra-seguro serve de exemplo crítico para ilustrar as consequências de uma apólice desatualizada. Imagine-se o caso de um armazém adquirido há uma década, cujo valor de mercado e reconstrução aumentou significativamente, mas cujo seguro não foi atualizado para refletir esse incremento. Em caso de um sinistro, como um incêndio, o valor da indemnização poderia ser substancialmente inferior ao custo real de reconstrução, deixando o proprietário numa situação financeiramente vulnerável e incapaz de repor o bem perdido sem incorrer em despesas avultadas.

A regra proporcional, frequentemente incluída nas condições gerais das apólices de seguro, visa precisamente mitigar os riscos associados ao infra-seguro. Esta regra determina que, em caso de sinistro, a indemnização será reduzida proporcionalmente à diferença entre o valor segurado e o valor real do bem no momento do sinistro. Por exemplo, se um imóvel vale 200 mil euros mas está segurado por apenas 100 mil euros, e se verifica um sinistro com prejuízos avaliados em 50 mil euros, a indemnização poderá ser limitada a metade desse valor, refletindo a proporção entre o valor segurado e o valor real do bem.

Outro aspeto crítico é a gestão dos seguros no contexto empresarial, particularmente no que toca ao seguro de acidentes de trabalho. Negligenciar a atualização do seguro para refletir alterações no quadro de colaboradores ou nos salários pode resultar em coberturas inadequadas, comprometendo a proteção dos trabalhadores e expondo a empresa a riscos legais e financeiros significativos. A falta de um seguro de acidentes de trabalho atualizado não apenas viola obrigações legais, como também mina a confiança e o moral dos colaboradores, podendo afetar negativamente a produtividade e a imagem corporativa da empresa.

Considere o caso de uma empresa que, experienciando um período de crescimento e incremento nos salários, omite ou esquece a necessária atualização da sua apólice de seguro de acidentes de trabalho. Esta falha pode resultar em consequências gravosas, particularmente evidentes em situações de acidente que resultem em incapacidade temporária de um colaborador. Nesse contexto, a indemnização paga poderá revelar-se insuficiente para cobrir integralmente os rendimentos do colaborador durante o seu período de recuperação, impondo um encargo financeiro não antecipado tanto ao trabalhador quanto à empresa.

A gravidade deste cenário amplifica-se exponencialmente em casos de morte ou invalidez permanente. Imagine-se, por exemplo, um colaborador que em caso de sinistro, devido à falta de atualização da apólice, esteja coberto por um valor significativamente inferior ao que recebe. No trágico evento de um acidente fatal ou que cause invalidez permanente, a indemnização disponível poderá não ser suficiente para suportar as necessidades financeiras de longo prazo da família do colaborador ou para compensar a perda de capacidade laboral, respetivamente.

Além do impacto direto sobre o trabalhador e a sua família, a empresa enfrentará também repercussões significativas. No caso de morte, poderá ser confrontada com ações legais por parte dos familiares do colaborador, reivindicando compensações adicionais pela inadequação da cobertura. Em situações de invalidez permanente, além das compensações financeiras, a imagem corporativa da empresa poderá ser severamente afetada, manchando a sua reputação no que diz respeito à segurança e bem-estar dos seus colaboradores.

Estes exemplos ilustram não apenas as consequências financeiras diretas decorrentes de indemnizações insuficientes, mas também destacam o potencial impacto na moral interna, na cultura de segurança da empresa, e na perceção externa do compromisso da organização para com os seus colaboradores. Revela-se, assim, imperativo que as empresas procedam com regularidade à revisão e atualização das suas apólices de seguro, assegurando que estas refletem de forma precisa os riscos associados às suas atividades e a realidade salarial dos seus colaboradores, minimizando desta forma os riscos de consequências financeiras e legais adversas.

Seguros - Pedido de informações

 

Miguel Moreira, Diretor Comercial Corporate da Seguramos Brokers.

Seleccione um ponto de entrega